06/12/2010

Uma das principais promessas do governador eleito Beto Richa (PSDB) foi a de rever o quadro funcional de direção da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que segundo Beto está cheio de afilhados polÃticos, comprometendo a gestão da companhia. Agora, a missão de valorizar o quadro técnico dos servidores e mexer na estrutura interna caberá ao encarregado pelo órgão, Fernando Ghignone, que vê na defasagem da tarifa um dos principais problemas da empresa.
O Estado - O que será preciso fazer para melhorar a atuação da Sanepar no Estado?
FG - Precisamos completar o diagnóstico preliminar que recebemos, mas algumas coisas estão muito claras. Precisamos focar num moderno processo organizacional que contemple à empresa um grande choque de gestão, rever todos os processos e aplicar conceitos mais modernos de governança corporativa, além de fazer uma revisão no plano de cargos e salários dos funcionários. Precisamos fazer com que a Sanepar seja dirigida por profissionais com competência técnica, acima de tudo, que a ascensão profissional se dê por competência e não por preferências polÃticas. Sentimos que a Sanepar vive de baixa autoestima de seus profissionais, pois um técnico que passa sua vida inteira se dedicando à companhia vê outra pessoa que, por ser amiga do governador, é promovida. O acordo de acionistas não foi cumprido nesses últimos oito anos, sem ouvir os sócios minoritários, o que foi um erro. Contratos de concessão com as prefeituras carecem de regularização.
OE - Essa opção por nomeações polÃticas é o principal problema da empresa hoje?
FG - Talvez a questão mais grave tenha sido a defasagem tarifária que o governador deixou acontecer. Desde 2005 não se corrige a tarifa e fazer isso é necessário, porque a defasagem atual chega a 31,5%. Pode ser que seja feito um reajuste ainda nas próximas semanas, mas não posso afirmar porque hoje não temos acesso a essas decisões.
OE- Mesmo que esse reajuste ocorra será necessário fazer uma nova alteração?
FG - Depende. Existe um grande desperdÃcio no fornecimento de água, mas existem formas de se otimizar o sistema, o que pode tornar desnecessário futuros reajustes.
OE - Um problema constante nas praias do Paraná é a balneabilidade. A resposta do governo atual era que o problema com os moradores, que não faziam a ligação de esgoto. Como a Sanepar pode melhorar a situação?
FG - Teremos um verão sem problemas de abastecimento de água, mas não foram tomadas providências que pudessem corrigir a situação de anos anteriores. Temos um projeto em mãos de saneamento básico para todo o litoral para ser posto em prática durante os quatro anos de gestão. (LC)
Publicação: O Estado do Paraná
Dia: 05 de dezembro de 2010